A bagunça habitual
Os filmes espalhados...
E mais livros, logo ali empilhados
E mais livros, logo ali empilhados
Perto da cama, meu mudo-criado
A espreitar minhas conversas de telefone
Pois já não me vale ficar assim tão calado
Esperando o resultado de todos os meus pecados
Papeis avulsos e alguns documentos usados
Também esperando a resolução dos meus medos
Meus velhos perdidos e nunca achados...
Roupas que usei...ali num cabide torto
E minha mãe, muda ao pé da porta
Me dá um sorriso de canto de boca
Trocamos palavras
Mas confusas, nunca nos dizemos nada
Sobra sentimento, que nos corrói por dentro
Mas expressá-lo, que pena!
Desaprendemos cedo
Desaprendemos cedo
Ela puxa assunto de suas longínquas novelas
Das histórias que me contava tão singela
Quando eu a ouvia
E não me achava mais sábia que ela
E não me achava mais sábia que ela
Ela volta aos seus afazeres diários
E nos intervalos, sempre nos dizemos algo
Mas nossa distancia é maior que nos podemos permitir
Ela reflete e conversa com a amiga
Troca com ela, no jardim, as flores mais belas
Fala de Deus e das suas velhas rezas
Enquanto eu desatenta nem dou por ela
E ela também não dá por mim
Mas ainda chega no quarto a me sorrir
Eu a amo como quando em pequena
Quando sentava rindo ao colo dela
Mas parece que meu fado eterno
É amar aos que amo em silêncio perpétuo.
"Às vezes, a maior jornada é a d i s t â n c i a entre duas pessoas"
(trecho do filme O Despertar de uma paixão)
"Às vezes, a maior jornada é a d i s t â n c i a entre duas pessoas"
(trecho do filme O Despertar de uma paixão)