Aprendendo a ser

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Fá-lo-ei por eles e por outros que me confiaram as suas vidas, dizendo: toma, escreve, para que o vento não o apague.

29 de novembro de 2008

Palavras Perdidas

Hoje eu quero somente esquecer.
Quero corpo sem qualquer querer.
Tenho os olhos tão cansados de te ver
Na memória, no sonho e em vão
Descansa coração-Fernanda Takai


No abandono dos meus dias
Sinto-te na paisagem porque passo
Porque já andamos por aqui, lembra?
Não...nem sequer lembras de mim
Que prendeste na doce prisão que foi o teu abraço
E que eu me tive presa e ele por vontade
Tudo em mim lembra você
agarrada às emoções
No toque do celular
Gravado a tanto tempo
Toda vez que tocava a canção tu estavas lá
E eu morria um pouco mais
Consumindo a mim mesma
Perdendo as forças que um dia deram impulso àquele amor
Hoje não preciso de forças
Não tenho a quem amar
Estaria certo Vinicuis de ter a solidão como o fim certo pros amantes
Já não sei rimar
Tu roubaste minha rima
Eu era vivo e breve em ti
Todas as minhas rimas eram crentes e ricas
Hoje são pobres e céticas


Agora nem sei mais o que querer E a noite não tarda pra nascer. Descansa coração e bate em paz

1 de novembro de 2008

Da dificuldade de entendimento

Por causa dessa solidão tão comum, que nenhuma palavra é capaz de remediar e tantas vezes, agrava
A bagagem do viajante - José Saramago



- Eu sei perfeitamente do que fala
Disse ele essa frase, seguro do que dizia
Lhe comovera sentir o peso de uma verdade
Que tantas vezes, por querer, se negava a ouvir
Mas a certeza do que não devia o fazia despertar
Talvez as palavras dela o fizeram acordar

Que a consciêcia falasse alto
bem verdade, ele sabia...
Que as escolhas determinam no fim quem serás
E as palavras com que tentas em vão remediar
Outras ditas sem pensar
E depois de dita não há mais que concertar
E tantas vezes há de agravar
E ficar gravada na mente como ofensa intencional
Sendo que só quis dizer uma coisa e garanto - não foi por mal!
Mas acabei dizendo outra que foi casual
E tu entendeste outra e essa foi fatal!

Os mal- entendidos criam brigas intermináveis
E vai tornando os sorrisos cada vez mais raros
E as palavras cada vez mais esparsas
E os olhares cada vez mais desviados
E as pessoas perdem pouco a pouco a capacidade que lhes era sublime
Seus sentidos eu diria até...
Que não há palavra qualquer
Que supere a solidão que nós é!


Ah! Se a gente já não sabe mais rir um pro outro, meu bem, então o que resta é chorar.
Los Hermanos - O vento