Aprendendo a ser

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Fá-lo-ei por eles e por outros que me confiaram as suas vidas, dizendo: toma, escreve, para que o vento não o apague.

12 de setembro de 2010

Triste ofício

Triste é a poesia
Mais triste ainda é o poeta
Que só sabe cantar sua musica
Aquela mais predileta...
Dando a ela triste melodia
Pobre toada de um poeta

É tão pouco o que me resta
Pra fazer uma poesia
Um arremedo de conversa
Que ora distraída, ora perplexa
Tiveste comigo outro dia

O que me resta é tão pouco
Que mal me sai no canto da boca
O que me resta é uma farsa
Do que foi tua paisagem
O que me resta é um brinquedo
Que desiluso brinquei quieto
O que me resta é uma dor
Que coitada, nunca passou
O que me resta é uma sobra de amizade
Que sem amigos, fracassada, já foi tarde
O que me resta é falar ao vento
Ou simplesmente descrever a paisagem
Que ali inerte, prefere ficar extática
E sabe que tudo, tudo na vida é de passagem 

Tudo é fluido e transitório
Por isso não me vale ficar sóbrio
Tudo é falso e me dá medo
Vou voltar pros meus brinquedos
Regredir, única saída...
Pra não me perder mais ainda
Pensar nos tempos em que tolo eu fui 
E pensar que tudo pra sempre...


"Cada palavra é uma borboleta morta espetada na página: Por isso a palavra escrita é sempre triste."
Mario Quintana


















2 comentários:

CA Ribeiro Neto disse...

A borboleta viva é o sentimento e "matá-la" seria a tentativa de expressá-la. Afinal, o sentimento é sempre mais belo em nossa mente do quando a pronunciamos.

Se pensarmos desse jeito, todo e qualquer artista estaria "matando" os sentimentos para expressá-las. Ou arranjamos outro verbo para isso ou podemos dizer que o fim justifica os meios - porque negar a arte por causa disso seria impossível.

marilia disse...

"Triste é a poesia
Mais triste ainda é o poeta
Que só sabe cantar sua musica
Aquela mais predileta...
Dando a ela triste melodia
Pobre toada de um poeta."


Realmente, só o poeta que sabe cantar a sua música, feita de próprio cunho. Os outros tentam, mas, pouquissimos chegam perto...

Adorei a imagem da menina costurando os seus versos.


É?! precisamos nos conhecer... Mas deixemos isso ocorrer naturalmente, nada muito forçado... E um belo nos encontraremos e faleremos sobre dias gloriosos e ingloriosos tb.

bjs!
:)