Uma névoa de tristeza
Uma mágoa de saudade
Um sorriso sem beleza
E um choro sem vontade
Minha alma chora a queixa do abandono a dois
A solidão dos outros é o que pesa sobre nós
você me beija e logo após
desola um olhar distante
como se estivesse questionando
a sorte daquela escolha
Sabes, a escolha foi tua
mas questioná-la é impeto dos mortais
como se o mundo nos levasse para onde não quisessêmos
e depois amargurassemos nossa fraqueza em aceitar
Se essa moça não te agrada
e não é bem o que esperavas
o que esperas pra deixa-la ?
talvez outro venha consolá-la
Se não vier...o que importas?
Não te preocupes com a sorte dela
Ela terá o conforto nobre
Das lembranças do que viveram
Se uma outra te tocar
Com ternura igual a dela
Não demonstres comoção
Pela lembrança que tiveres
Fuja dessa lembrança
Como a água escoa no mar
Tu fostes barco à deriva
Que nunca quis aportar
Se vires em noite serena
Uma vela em pleno mar
Saibas,
É a esperança dela em ter-te de volta ao lar
Não fujas dos teus sonhos
nem sofra com causas perdidas
é sofrimento inútil
que sucumbe e só aprofunda as feridas
Existe um ser que mora dentro de mim como se fosse a cada dele, e é. trata-se de um cavalo preto e lustoso que apesar de inteiramente selvagem - pois nunca morou antes em ninguém nem jamais lhe puseram rédeas nem sela - apesar de inteiramente selvagem tem por isso mesmo uma doçura primeira de quem não tem medo: come às vezes na minha mão. Seu focinho é úmido e fresco. eu beijo o seu focinho.
Aprendendo a ser
- Herbenia Freitas Ribeiro
- Fá-lo-ei por eles e por outros que me confiaram as suas vidas, dizendo: toma, escreve, para que o vento não o apague.
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