Aprendendo a ser

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Fá-lo-ei por eles e por outros que me confiaram as suas vidas, dizendo: toma, escreve, para que o vento não o apague.

29 de setembro de 2010

A vertigem que é você


No princípio era o acaso
Depois, o ocaso nos levou a um momento furtivo
E eu enfim te conhecia
Em todas as cores...
E nas cores mais lindas do meu dia

Com todo espalhafato, beijar-te-ía
É que a tua longa ausência transbordou de mim aquele dia
E eu dancei palavras novas
No indizível da tua boca
E a quietude silvestre do desejo
Inflamou-me inteiro o corpo
E assim num de repente
Mergulhei em você,
Pois em nosso assustado encontro não havia o que dizer
Senão resumir num ato, e num prédio qualquer
Ali mesmo no vão da escada nos fizemos conhecer

Teus olhos nus me embeveciam
E por instantes eu esquecia
Que tu tens dois olhos
De quem muito conhece o mundo
Mas nenhum dos dois me diz ao certo quem tu és
E nenhum dois é espelho nítido para eu me conhecer

Fagulhas do teu olho
Trespassavam o meu corpo
Mas eu...eu não sentia dores
Mas calafrio!
E com que velocidade faminta e tranquila
O meu corpo percorrias...
E enfim eu descobria que a vertigem não é medo
Mas o cego desejo de que a muito eu carecia
A penumbra e um sorriso.
Um céu sobre a escada e a tua boca na minha.

8 comentários:

Thiago César disse...

as rimas estao muito boas!
kem dera ainda saber escrever poemas assim longos e despreocupados...

CA Ribeiro Neto disse...

Ficou muito bom assim! Sério mesmo!
Essa poesia dá todo o ambiente para o leitor...

CA Ribeiro Neto disse...

Herbenia, temos uma nova participante do Blogs de Quinta:

Thayanne Freitas - http://sentimentoletrado.blogspot.com/

Adcione-a, por favor. Caso queira ver a lista atualizada, você pode encontrá-la na comunidade do Blogs de Quinta.

beijos

Thiago César disse...

nova integrante do Blogs de Quinta!

Thayanne Freitas
http://sentimentoletrado.blogspot.com

Lapetit_th disse...

Maravilhoso texto!!E muito envolvente também...

Paulo Henrique Passos disse...

Puro movimento! Puro sentimento!

Fiquei me perguntando se o eu lírico imaginou tudo, toda aquela cena, me baseando no verso "É que a tua longa ausência transbordou de mim aquele dia"

Paulo Henrique Passos disse...

Curioso tu ter falado em Mario Quintana, porque foi inspirado num poema dele que eu pensei naquela frase. O poema é "O homem do botão". Assim que eu terminei de lê-lo, me veio a ideia daquela frase.

E brigadão mesmo pelo comentário!

Marcella disse...

A-DO-REI! Gostei tanto que já indiquei, Herbenia. Envolvente, sedutora, sincera, intensa, etc...

Uma aprendizagem... ou um tópico para um livro de prazeres...

Beijos