Aprendendo a ser

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Fá-lo-ei por eles e por outros que me confiaram as suas vidas, dizendo: toma, escreve, para que o vento não o apague.

3 de novembro de 2010

Das coisas mais lindas

Pra você que tem o bom gosto de amar as coisas lindas, daquela beleza que apavora, que a gente se contenta em somente admirar. Se aproximar não é possível, porque seria maculada.Aí está uma passagem de uma novela da década noventa( que eu aos nove anos assisti, é,eu gostava de novela, e pra voce como é isso da memória poética, eu tinha me esquecido completamente que essa música era a trilha sonora de Maria Santinha e José Inocencio e um pouco retrata o amor que ele tinha por ela.

 
Coisa linda...
É mais que uma idéia louca
Ver-te ao alcance da boca
Eu nem posso acreditar
Coisa linda minha humanidade cresce
Quando o mundo te oferece
e enfim te das tens lugar
promessa e felicidade, festa da vontade
nítido farol, sinal novo sob o sol, vida mais real
Coisa linda, lua lua lua lua
Sol palavra danca nua, pluma tela petala
Coisa linda, desejar-te desde sempre
ter-te agora um dia e sempre, uma alegria pra sempre

Eu tenho muita inveja do Caetano Veloso porque eu queria ter escrito essa música/poema.

Mas que eu também posso cantar a beleza...


Eu te abracei
Como o náufrago se agarra aos cabelos do (a)mar
E por dentro em mim
Vertia-se algo
Não era o corpo
E suas reações atávicas
Que causa o delírio do contato
Era a doce urgência da alma

Havia em mim
A leve embriaguez de uma taça de vinho a girar
E o torpor da atmosfera
Como se ninfas e Heras
Ao meu redor estivessem a brincar
E sensações infinitas
Toadas leves
Acordes breves
Me causavam a textura da tua pele
Como a canção que acaba de nascer
No ritmo da letra
Que feito bailarina
Dança ao vento
E me perpetua a delicadeza de uma vela acesa
(ou de uma lebre 
pela relva)

O peso do silencio estava sobre nós
As poucas palavras
As mãos desarticuladas
A falta de intimidade
Dava bruscos movimentos aos lençóis
Não, não era tu que eu desejava
Mas tua imagem
Embora eu tenha te apresentado a meu corpo
Que rígido tocava-te o dorso
Não era a ti, ó meu amor distante...
Casto
Imaculado
Eu te queria A ALMA!
Pálida
Leve
Lépida
A bailarina da festa
A Lolita delicada
A minha prece
(que mesmo triste)
Permanece intocada
Porque não importa as mentiras que foram julgadas
A verdade, É, embora estivesse  velada
E com a sacralidade de uma ermida
De uma mulher, à pouco, parida
Eu contemplava tua beleza (rara)
Eu não te queria como um trabalhador faminto
Quer um prato sobre a mesa
Eu te queria simples
Poesia dos meu dias
Era tanto..tanto o que eu queria ter te dito
Mas o que havia em mim, me deixava tão repleto
Que eu nunca, de todo, me explicaria

Eu parecia uma nuvem
A variar de cores
Mas as cores não eram luminiscentes
A variação só  ía do preto ao cinza
Te encarar eu não sabia
E nunca gostei de preto, que irônia!
Era o novo a assustar minha retina
E o medo a trespassar-me a espinha
Mas no fundo eu sabia
Que eras tu que, sim, que eu queria!
E viver um sonho
Faz tão bem à gente
Que de culpa Deus me redimia.

3 comentários:

Thiago César disse...

caralho, pode crer...

Marcos Paulo Souza Caetano disse...

"caralho, pode crer..." [2]

rsrs

(...)
"Não, não era tu que eu desejava
Mas tua imagem"
(...)

E me pergunto se o melhor é o amor casto... E essa é a personificação dele.

E ele olhou, mas não viu.

Será que segue sempre assim?

wagnermendes disse...

Muito talentosa, você. Adorei a poesia. Parabéns!