Aprendendo a ser

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Fá-lo-ei por eles e por outros que me confiaram as suas vidas, dizendo: toma, escreve, para que o vento não o apague.

16 de novembro de 2010

Um Chapéu para o teu dia


Uma menina
Ferida
De mortal beleza
Tinha à sua volta o perigoso contato com a natureza

Essa menina
Ferida de mortal destino
Sob seus pés flutuantes tinha

O chão íngreme de um caminho
Atravessou um bosque e enfrentou tantos perigos
 

E sua ingênua cesta
Cheia de sonhos, bolos e vinhos,
(E nos vãos do caminho, alguns medos)
Mas uma floresta cheia de vida
(Lhe parecia um parque cheio de brinquedos)
 

E um frágil destino pelo meio
Que desbravar sozinha, iria
Sob sol inclemente
Um lobo sutil
Uma presa fácil

A quem fosse mais ardil

Enquanto isso, a encantada
Obnubilada...
De uma singela melodia
Dos ventos, das folhas, pra matar o tempo ela corria

E borboletas a distrair-lhe o passeio
Pelo bosque em que ia ao encontro da vóvó

E também dos seus sonhos, e quiçá pesadelos

Repleta de sensações
De olhar atento
Como quem nada conhece de tristeza, de desalento...

E ingênuo,
Anseia descobrir o mundo

E sua instigante teia
À procura do lobo
E do fim dos seus medos.

5 comentários:

Le Babiot disse...

Minina, essa tua chapeuzinho vermelho mesma passa manteiga, e entra por si mesma no carioquinha pro lobão, a bixa afoita, hehe...eita, poesia Messejana à dentro, rapaz!!

Marcos Paulo Souza Caetano disse...

Adorei esse poema!
Poemas narrativas são tão envolventes.
Aliás, "obnubilada" eu adoro essa palavra, "obnubilar", tem uma beleza obnubilada nela. Anti-heroína.

Com aquele vestidinho vermelho nao acho que a chapelzinho seja tao ingenua assim, rsrs. Bichinho é o lobo.

Os sonhos são as flores caídas no meio do caminho da estrada. Na casa da vovó já não se sonha.

Anônimo disse...

Sério... queria eu poder ter o privilégio de escrever tão bem assim. Adorei o poema.

CA Ribeiro Neto disse...

Bichinho é o lobo. [2]

Bela narrativa ritmada!

Marcella disse...

Herbenia, estou realmente virando sua fã. :D