Cada palavra é uma borboleta morta espetada na página por isso a palavra escrita é sempre triste
Mário Quintana
Eu não sabia que esse dom em mim morava
Por tantas vezes cheguei a duvidar
Entre os sorrisos que aos outros distribuia
E as lágrimas que, insistentes me caíam
A leitura e a escrita - quem diria que aos poucos elas me renovariam
Nas tardes de domingo
Nada a fazer
Não havia com quem conversar
Um desabafo, eu sei, eu não podia
O peso do silêncio, pouco a pouco insiitia
Entao pensei o que poderia fazer
Para a solidão dessa tarde aplacar
Pensei comigo - pôr no papel meus sentimentos
Eis que os versos se puseram a rimar
Tentei conter a angústia, a surpresa
Que de mim saia em forma de pobres rimas
Pobres-rimas-tristes era tudo que eu podia dar
E como um rio a desaguar em pleno mar
Aquele instinto eu não sabia controlar
A rima findou-se
Quando eu mal podia esperar
E que surpresa eu pude vislumbrar
Um poema de lamento ao meu penar
Olhei o céu e pra surpresa do meu eu
O sol distraído ja encostava no mar
E por um instante aquela tarde, outrora triste
Era a descoberta de um poeta, numa tarde de domingo
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