A minha pobre poesia
Erudição não possui
É peça reles, vulgar...
Em decoração comum
É palavra fácil, fraca
Que não comove ente algum
Por vezes ainda tentei
Ler poetas renomados
Pra ver se a inspiração
Em sorte de principiante
ajudava a pobre poeta
Na busca da escrita errante
Não, não...a escrita não era pra mim
eu tentava inutilmente tê-la até o fim
Mas não, não, ela fugia decidida
Ela fugia sagasmente
Como foge de um predador
Um esperto colibrí
Como uma aranha fugidia
Escapa na sútil teia
A escrita de mim fugia
E eu resignada sabia - não, não a teria
Minha rima desgrenhada
A ninguém pode agradar
É dinheiro falso, sem valor
É flor de papel, não é flor
É ave presa sem direito a vôo
É casal separado, sem amor
Existe um ser que mora dentro de mim como se fosse a cada dele, e é. trata-se de um cavalo preto e lustoso que apesar de inteiramente selvagem - pois nunca morou antes em ninguém nem jamais lhe puseram rédeas nem sela - apesar de inteiramente selvagem tem por isso mesmo uma doçura primeira de quem não tem medo: come às vezes na minha mão. Seu focinho é úmido e fresco. eu beijo o seu focinho.
Aprendendo a ser

- Herbenia Freitas Ribeiro
- Fá-lo-ei por eles e por outros que me confiaram as suas vidas, dizendo: toma, escreve, para que o vento não o apague.
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